A Volta aos Escritórios | O Fim da Hegemonia do Home Office

A Volta aos Escritórios | O Fim da Hegemonia do Home Office

Após o ápice do home office imposto pela pandemia de COVID-19, uma tendência de reversão tem se consolidado no mercado de trabalho. Cada vez mais empresas, impulsionadas pela busca por maior produtividade, colaboração e cultura organizacional, estão exigindo o retorno de seus colaboradores aos escritórios, seja em um modelo híbrido mais restrito ou até mesmo no formato 100% presencial. Essa mudança de paradigma está reaquecendo o mercado imobiliário comercial, com números que indicam a retomada da ocupação e um novo olhar sobre o espaço de trabalho.


Os Números do Retorno: Queda da Vacância e Aumento da Absorção

No Brasil, especialmente nos grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, o mercado de escritórios de alto padrão (Classes A e A+) tem apresentado sinais robustos de recuperação.

  • Absorção Líquida Positiva: Após períodos de absorção líquida negativa (quando mais áreas eram devolvidas do que alugadas) durante o auge da pandemia em 2020 e 2021, o saldo voltou a ser positivo. Em São Paulo, por exemplo, o mercado registrou um aumento significativo na absorção bruta de escritórios, superando os volumes anuais anteriores à pandemia em alguns anos. Em 2024, mais de 520 mil m² foram ocupados, o maior volume da última década, segundo dados de mercado.

  • Queda na Taxa de Vacância: O aumento da demanda por espaços físicos resultou na queda da taxa de vacância (o percentual de imóveis disponíveis para locação). Em São Paulo, essa taxa, que chegou a patamares elevados pós-pandemia, caiu para cerca de 20,9% em 2024, o menor índice desde o início da crise sanitária. No Rio de Janeiro, o percentual também diminuiu, atingindo o menor nível em mais de uma década, o que pressiona os preços médios de aluguel para cima.

  • Valorização dos Aluguéis: Com a demanda aquecida e a vacância em queda, o preço médio pedido de aluguel tem registrado altas, confirmando a confiança do mercado na consolidação do trabalho presencial ou híbrido mais robusto.


O Novo Propósito do Escritório

O movimento de retorno não significa simplesmente a volta ao modelo de 2019. O home office não será completamente extinto, e o modelo híbrido (com mais ênfase no comparecimento) parece ser o ponto de equilíbrio para a maioria das empresas. A flexibilidade se tornou uma expectativa para os talentos, mas o escritório reassumiu um papel central.

O espaço físico está sendo reformulado para atuar como um centro de colaboração, inovação e cultura.

  1. "Flight-to-Quality" ou "Flight-to-Value": As empresas estão optando por escritórios de alta qualidade, muitas vezes em localizações premium, com foco em edifícios de classe A/A+ que oferecem melhor infraestrutura, comodidades e sustentabilidade. Essa busca por qualidade superior é vista como um incentivo para que os colaboradores queiram de fato comparecer.

  2. Redesenho para Experiência: Os novos escritórios priorizam áreas para eventos, reuniões informais e convivência, com foco no design para criar uma experiência completa — o conceito de "street to seat", que aprimora a jornada do funcionário, desde a chegada ao edifício até sua estação de trabalho.

  3. Construção e Reformas: Embora o estoque de novos empreendimentos não esteja crescendo de forma abrupta, a demanda por retrofit e readequação de espaços é crescente. As empresas investem para que seus escritórios se tornem mais atraentes e funcionais para o trabalho em equipe, com foco em tecnologias e bem-estar.


O Equilíbrio entre Flexibilidade e Presença

Embora as estatísticas do mercado imobiliário comercial apontem para um claro movimento de abandono do home office integral, a realidade mostra que o trabalho híbrido é o modelo dominante. Grandes corporações, inclusive no setor de tecnologia, estão exigindo um número maior de dias de presença, mas o modelo 100% presencial enfrenta resistência dos talentos.

O desafio para as empresas é conciliar a necessidade de manter a cultura e a colaboração (reforçadas pelo ambiente físico) com a valorização da flexibilidade e autonomia que se tornaram critérios decisivos na retenção de profissionais.

O mercado de escritórios, impulsionado pelo retorno, está se transformando para cumprir uma nova função: ser o ponto de apoio e conexão que o trabalho remoto puro não consegue sustentar, garantindo que o espaço físico continue sendo um ativo estratégico e não apenas uma obrigação.


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